Dicas de banhos de descarrego.
O que é o Banho de Descarrego?
Como a própria palavra diz, é para descarregar tanto a parte física como a parte espiritual. Renova a parte física e a alma.
Pode ser Banho para energização, harmonização, limpeza e descarrego.
- Banho de descarrego: é banho forte – Fumo, Cachaça, Sal Grosso, etc.
- Banho de descarga é mais pesado, pode ser com pólvora, cachaça, fumo, alho, álcool, comigo ninguém pode, açoita cavalo, espada de são Jorge, vence demanda, guiné, arruda, ele afasta o obsessor.
- O Banho de Limpeza é mais leve.
- O Banho é sempre do pescoço para baixo, porque você já tem o seu Pai e sua Mãe (Orixás), a cabeça é sagrada, só deve ser colocada a mão do Pai ou Mãe de Santo.
- Na cabeça só banho de Oxalá, a não ser que a entidade mande, mas deve perguntar a Mãe ou Pai de Santo.
- O Sal Grosso é um Banho que não deve ser usado com freqüência, porque ele conserva a vibração, é uma faca de duas pontas, pode descarregar ou conservar a vibração. Deixe sempre que a entidade dê a receita, porque ai ela estará se responsabilizando pelo trabalho a ser feito.
- O Sal Refinado, se a entidade receitar, deve ser esfregado no corpo, serve como uma bucha tirando as impurezas.
- O Banho de Guiné: erva de Oxalá, mas pega também Preto Velho e Exú.
O guiné com arruda é Banho de Descarrego de Preto Velho.
O guiné com cachaça é Banho de Descarrego de Exú.
- O Banho de Descarga forte corroe a aura.
- Como preparar um banho de Descarrego: quando a água estiver fervendo, coloque a erva e tampe, depois coloca o álcool ou a cachaça na hora de tomar o banho. O Preto Velho. Caboclo ou Exú é quem vão definir quantos elementos e quais deverão ser usados.
- Nunca dar Banho de Descarga para crianças. Sempre Banhos de Rosas Brancas, alecrim, etc. (Banhos de Oxalá).
- Fazer sempre o Banho pensando que as coisas vão melhorar, sem reclamar das coisas, fazer uma oração.
BANHO DE DESCARREGO
(LIMPEZA FORTE)
Desfie um pedaço de fumo em corda coloque 7 folhas de picão roxo ferva-os(neste caso não faça por maceração ou infusão, ferva a erva e o fumo junto), desligue o fogo, coe e acrescenta 1/2 copo de vinagre branco, e um punhado de sal grosso.Tome o seu banho de higiene, de preferência com sabão da costa ou de coco, em seguida jogue o banho dos ombros para baixo, e novamente tome banho com o sabão da costa. Ponha uma roupa clara e vai dormir, você verá como vai se sentir bem melhor, pois este banho tira toda a negatividade, pelo fator de ser um banho muito forte, aconselho tomar (banhar-se) somente uma vez por mês.
Aproveite essas dicas:
•É importante tomar um banho de ervas após o banho de sal grosso, pois este banho vem com a função de repor as energias que foram neutralizadas pelo sal.
•Deve-se tomar cuidado com a “coroa”, não jogando o sal grosso na cabeça, salvo orientação das Entidades Espirituais.
•Pode-se utilizar pedaços de carvão nas solas dos pés durante o banho de sal grosso. O carvão vem com a função de peneirar as energias, deixando somente as energias más serem neutralizadas.
BANHO PARA ABRIR CAMINHOS
(Trazer coisas boas) Ferva cravos da índia, Canela em Pau, Erva doce, 7 moedas correntes, uma maça cortada em quatro,3 colheres de açúcar e 21 gotas de qualquer perfume, após ferver, coloque i copo de leite. Após o banho de higiene, jogue o chá dos ombros para baixo.
BANHO PARA QUEBRAR FEITIÇOS
(21 ERVAS)
Ferva, Arruda, Alecrim, Aroeira, Macaçá, Pinhão Roxo, Guiné, Eucalipto, Benjoim, Cravo da Índia, 3 sementes de olho de boi, Dandá da Costa, Espada de São Jorge, Comigo ninguém pode, Erva de São João, Erva de Bicho, Manjericão miúdo, Folha de Bambu, Erva Santa Maria e Louro. Após o banho de higiene banhe-se dos ombros para baixo, ponha uma roupa clara e vá repousar. Repetir este banho por 3 dias seguidos.
BANHO PARA O AMOR
(BANHO DE OXUM)
Ferva poejo, Levante, Manjericão, Boldo, Pétalas de rosa branca e amarela, e 8 gotas de perfume de seu uso.Após o banho de higiene, jogue este chá da cabeça aos pé, coloque uma roupa clara.
BANHO PARA ATRAIR COISAS BOAS
Ferva, Louro, Alecrim, dandá da Costa, Perfume qualquer, ouro, Prata, Cristal (pedra), Moedas, Manjericão, Levante,após o banho de higiene banhe-se dos ombros para baixo, as moedas gaste-as, o ouro e prata, guarde-os e as ervas pode jogar fora. Depois deste banho , em seguida dilua 2 pedras de anil em um balde de água morna, e jogue dos ombros para baixo, deixe cair um pouco de água do chuveiro, passe em seguida bastante açúcar no corpo, de deixa cair bastante água. É aconselhável fazer este banho todas as datas do seu aniversário, ex, se você faz aniversário de 03 de março, faça este banho todos os dias 03 de cada mês, 03 de março , 03 de junho, 03 de julho, etc.
BANHO PARA ATRAIR BENS MATERIAIS
Após o banho de higiene, ou de limpeza com ervas, pegue 1 QUILO de açúcar e um pacote de canela em pó , misture, passe tudo pelo corpo e em seguida deixe somente cair água no corpo. isto é feito no banho da manhã.
BANHO DE DESCARREGO
• Ferver 1 panela de água quente
• Retirar do fogo e colocar as ervas dentro
• Deixar uns 15 minutos
• Amornar ou esfriar com água fria e jogar no corpo da seguinte maneira:
• Um pouco na frente - um pouco nas costas - um pouco no ombro esquerdo - um pouco no ombro direito
• banho deve ser jogado do pescoço para baixo, sem deixar molhar a cabeça com as ervas
A quantidade de vezes que a pessoa deve fazer o banho varia muito com o tipo e tempo em que a pessoa esta exposta à carga. Mas de maneira geral, 1 vez por semana é o suficiente
ERVAS QUE PODEM SER USADAS
Espada de São Jorge (7 pedaços) / Espada de Inhasã (7 pedaços) / Arruda macho ou Fêmea / Alecrim / Guiné / Hortelã (crianças)
Acender uma vela branca para o Anjo da Guarda e pedir proteção.
Ao jogar o banho, fala-se: “Salve todo o povo da água, que tudo de ruim vá para o fundo do mar, proteção para mim meu Deus”
Obs: Quando não achar ervas, pode-se fazer só com sal grosso e água fria
Não é necessário usar todas as ervas, o banho poder ser feito também com uma só erva
Importante também alterar as ervas dos banhos pois cada uma tem a sua propriedade e atuam em cargas diferentes.
Outras muitas ervas são usadas para banhos, porém não vou mencionar pois elas devem ser receitadas por guias espirituais pois variam de acordo com os casos.
Uma boa proteção para nossa casa e também bastante simples e que puxa muita coisa ruim é a que descrevo abaixo:
PROTEÇÃO
• 1 copo com água e sal grosso (3 punhadinhos) atras da porta
• Descarregar todo dia em água corrente (pia, vaso, rio, etc) e dizer:
• ***“Salve mamãe Oxum, salve mamãe Iemanjá.
Salve todo o povo da água, proteção para esta casa meu Deus.
Que tudo de ruim vá para o fundo do mar”***
Banho de Defesa
21 cravos da Índia
7 paus de canela
3 folhas de louro
Ferva 2 litros de água, coloque os ingredientes, desligue o fogo e abafe.
Jogar do pescoço para baixo, recolher os ingredientes e jogá-los em água corrente. O banho deve estar frio ou pelo menos bem morninho.
Banho para prosperidade
7 folhas de pitanga
7 folhas de romã
7 folhas de café
7 folhas de melissa
7 folhas de eucalipto
7 folhas de manjericão
7 folhas de dinheiro em penca
Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.
Banho de Limpeza
3 galhos de guiné
3 galhos de alecrim
1 espada de São Jorge partida em três (retirando-se a ponta e a raiz)
3 folhas de louro
3 galhos de arruda
3 punhados de alfazema
3 punhados de levante
Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.
Outro banho de limpeza
Misture em porções iguais: sementes de girassol, espada de São Jorge, guiné, arruda, palmeira brava, cravos brancos e cravos vermelhos.
Ferver água suficiente, jogar os ingredientes, desligar o fogo e abafar.
Banho para fortalecer a aura
7 rosas brancas comuns ou 7 rosas brancas de jardim também conhecidas com "rosinha de Santa Rita"
Ferver 2 litros de água, jogar as rosas, sem os cabos, desligar o fogo e abafar.
Banho para prosperidade
7 folhas de pitanga
7 folhas de romã
7 folhas de café
7 folhas de melissa
7 folhas de eucalipto
7 folhas de manjericão
7 folhas de dinheiro em penca
Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.
Banho para recuperar a saúde
250 gr de canjica
7 gotas de mel
Em 2 litros de água, cozinhe a canjica e o mel, até que a canjica fique bem molinha.
Coe e apare o líquido num recipiente e depois de bem frio, jogue do pescoço para baixo.
Dicas de banhos de descarrego.
O que é o Banho de Descarrego?
Como a própria palavra diz, é para descarregar tanto a parte física como a parte espiritual. Renova a parte física e a alma.
Pode ser Banho para energização, harmonização, limpeza e descarrego.
- Banho de descarrego: é banho forte – Fumo, Cachaça, Sal Grosso, etc.
- Banho de descarga é mais pesado, pode ser com pólvora, cachaça, fumo, alho, álcool, comigo ninguém pode, açoita cavalo, espada de são Jorge, vence demanda, guiné, arruda, ele afasta o obsessor.
- O Banho de Limpeza é mais leve.
- O Banho é sempre do pescoço para baixo, porque você já tem o seu Pai e sua Mãe (Orixás), a cabeça é sagrada, só deve ser colocada a mão do Pai ou Mãe de Santo.
- Na cabeça só banho de Oxalá, a não ser que a entidade mande, mas deve perguntar a Mãe ou Pai de Santo.
- O Sal Grosso é um Banho que não deve ser usado com freqüência, porque ele conserva a vibração, é uma faca de duas pontas, pode descarregar ou conservar a vibração. Deixe sempre que a entidade dê a receita, porque ai ela estará se responsabilizando pelo trabalho a ser feito.
- O Sal Refinado, se a entidade receitar, deve ser esfregado no corpo, serve como uma bucha tirando as impurezas.
- O Banho de Guiné: erva de Oxalá, mas pega também Preto Velho e Exú.
O guiné com arruda é Banho de Descarrego de Preto Velho.
O guiné com cachaça é Banho de Descarrego de Exú.
- O Banho de Descarga forte corroe a aura.
- Como preparar um banho de Descarrego: quando a água estiver fervendo, coloque a erva e tampe, depois coloca o álcool ou a cachaça na hora de tomar o banho. O Preto Velho. Caboclo ou Exú é quem vão definir quantos elementos e quais deverão ser usados.
- Nunca dar Banho de Descarga para crianças. Sempre Banhos de Rosas Brancas, alecrim, etc. (Banhos de Oxalá).
- Fazer sempre o Banho pensando que as coisas vão melhorar, sem reclamar das coisas, fazer uma oração.
BANHO DE DESCARREGO
(LIMPEZA FORTE)
Desfie um pedaço de fumo em corda coloque 7 folhas de picão roxo ferva-os(neste caso não faça por maceração ou infusão, ferva a erva e o fumo junto), desligue o fogo, coe e acrescenta 1/2 copo de vinagre branco, e um punhado de sal grosso.Tome o seu banho de higiene, de preferência com sabão da costa ou de coco, em seguida jogue o banho dos ombros para baixo, e novamente tome banho com o sabão da costa. Ponha uma roupa clara e vai dormir, você verá como vai se sentir bem melhor, pois este banho tira toda a negatividade, pelo fator de ser um banho muito forte, aconselho tomar (banhar-se) somente uma vez por mês.
Aproveite essas dicas:
•É importante tomar um banho de ervas após o banho de sal grosso, pois este banho vem com a função de repor as energias que foram neutralizadas pelo sal.
•Deve-se tomar cuidado com a “coroa”, não jogando o sal grosso na cabeça, salvo orientação das Entidades Espirituais.
•Pode-se utilizar pedaços de carvão nas solas dos pés durante o banho de sal grosso. O carvão vem com a função de peneirar as energias, deixando somente as energias más serem neutralizadas.
BANHO PARA ABRIR CAMINHOS
(Trazer coisas boas) Ferva cravos da índia, Canela em Pau, Erva doce, 7 moedas correntes, uma maça cortada em quatro,3 colheres de açúcar e 21 gotas de qualquer perfume, após ferver, coloque i copo de leite. Após o banho de higiene, jogue o chá dos ombros para baixo.
BANHO PARA QUEBRAR FEITIÇOS
(21 ERVAS)
Ferva, Arruda, Alecrim, Aroeira, Macaçá, Pinhão Roxo, Guiné, Eucalipto, Benjoim, Cravo da Índia, 3 sementes de olho de boi, Dandá da Costa, Espada de São Jorge, Comigo ninguém pode, Erva de São João, Erva de Bicho, Manjericão miúdo, Folha de Bambu, Erva Santa Maria e Louro. Após o banho de higiene banhe-se dos ombros para baixo, ponha uma roupa clara e vá repousar. Repetir este banho por 3 dias seguidos.
BANHO PARA O AMOR
(BANHO DE OXUM)
Ferva poejo, Levante, Manjericão, Boldo, Pétalas de rosa branca e amarela, e 8 gotas de perfume de seu uso.Após o banho de higiene, jogue este chá da cabeça aos pé, coloque uma roupa clara.
BANHO PARA ATRAIR COISAS BOAS
Ferva, Louro, Alecrim, dandá da Costa, Perfume qualquer, ouro, Prata, Cristal (pedra), Moedas, Manjericão, Levante,após o banho de higiene banhe-se dos ombros para baixo, as moedas gaste-as, o ouro e prata, guarde-os e as ervas pode jogar fora. Depois deste banho , em seguida dilua 2 pedras de anil em um balde de água morna, e jogue dos ombros para baixo, deixe cair um pouco de água do chuveiro, passe em seguida bastante açúcar no corpo, de deixa cair bastante água. É aconselhável fazer este banho todas as datas do seu aniversário, ex, se você faz aniversário de 03 de março, faça este banho todos os dias 03 de cada mês, 03 de março , 03 de junho, 03 de julho, etc.
BANHO PARA ATRAIR BENS MATERIAIS
Após o banho de higiene, ou de limpeza com ervas, pegue 1 QUILO de açúcar e um pacote de canela em pó , misture, passe tudo pelo corpo e em seguida deixe somente cair água no corpo. isto é feito no banho da manhã.
BANHO DE DESCARREGO
• Ferver 1 panela de água quente
• Retirar do fogo e colocar as ervas dentro
• Deixar uns 15 minutos
• Amornar ou esfriar com água fria e jogar no corpo da seguinte maneira:
• Um pouco na frente - um pouco nas costas - um pouco no ombro esquerdo - um pouco no ombro direito
• banho deve ser jogado do pescoço para baixo, sem deixar molhar a cabeça com as ervas
A quantidade de vezes que a pessoa deve fazer o banho varia muito com o tipo e tempo em que a pessoa esta exposta à carga. Mas de maneira geral, 1 vez por semana é o suficiente
ERVAS QUE PODEM SER USADAS
Espada de São Jorge (7 pedaços) / Espada de Inhasã (7 pedaços) / Arruda macho ou Fêmea / Alecrim / Guiné / Hortelã (crianças)
Acender uma vela branca para o Anjo da Guarda e pedir proteção.
Ao jogar o banho, fala-se: “Salve todo o povo da água, que tudo de ruim vá para o fundo do mar, proteção para mim meu Deus”
Obs: Quando não achar ervas, pode-se fazer só com sal grosso e água fria
Não é necessário usar todas as ervas, o banho poder ser feito também com uma só erva
Importante também alterar as ervas dos banhos pois cada uma tem a sua propriedade e atuam em cargas diferentes.
Outras muitas ervas são usadas para banhos, porém não vou mencionar pois elas devem ser receitadas por guias espirituais pois variam de acordo com os casos.
Uma boa proteção para nossa casa e também bastante simples e que puxa muita coisa ruim é a que descrevo abaixo:
PROTEÇÃO
• 1 copo com água e sal grosso (3 punhadinhos) atras da porta
• Descarregar todo dia em água corrente (pia, vaso, rio, etc) e dizer:
• ***“Salve mamãe Oxum, salve mamãe Iemanjá.
Salve todo o povo da água, proteção para esta casa meu Deus.
Que tudo de ruim vá para o fundo do mar”***
Banho de Defesa
21 cravos da Índia
7 paus de canela
3 folhas de louro
Ferva 2 litros de água, coloque os ingredientes, desligue o fogo e abafe.
Jogar do pescoço para baixo, recolher os ingredientes e jogá-los em água corrente. O banho deve estar frio ou pelo menos bem morninho.
Banho para prosperidade
7 folhas de pitanga
7 folhas de romã
7 folhas de café
7 folhas de melissa
7 folhas de eucalipto
7 folhas de manjericão
7 folhas de dinheiro em penca
Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.
Banho de Limpeza
3 galhos de guiné
3 galhos de alecrim
1 espada de São Jorge partida em três (retirando-se a ponta e a raiz)
3 folhas de louro
3 galhos de arruda
3 punhados de alfazema
3 punhados de levante
Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.
Outro banho de limpeza
Misture em porções iguais: sementes de girassol, espada de São Jorge, guiné, arruda, palmeira brava, cravos brancos e cravos vermelhos.
Ferver água suficiente, jogar os ingredientes, desligar o fogo e abafar.
Banho para fortalecer a aura
7 rosas brancas comuns ou 7 rosas brancas de jardim também conhecidas com "rosinha de Santa Rita"
Ferver 2 litros de água, jogar as rosas, sem os cabos, desligar o fogo e abafar.
Banho para prosperidade
7 folhas de pitanga
7 folhas de romã
7 folhas de café
7 folhas de melissa
7 folhas de eucalipto
7 folhas de manjericão
7 folhas de dinheiro em penca
Ferver água suficiente, jogar as ervas, desligar o fogo e abafar.
Banho para recuperar a saúde
250 gr de canjica
7 gotas de mel
Em 2 litros de água, cozinhe a canjica e o mel, até que a canjica fique bem molinha.
Coe e apare o líquido num recipiente e depois de bem frio, jogue do pescoço para baixo
Um canal de estudo e obtenção de conhecimento para nós, Umbandistas. Caminho seguro é o conhecimento sólido.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Umbanda - Uma visão simples da sua beleza. A saída para quebrar o preconceito é conhecer!
Umbanda - Uma visão simples da sua beleza. A saída para quebrar o preconceito é conhecer! http://www.youtube.com/watch?v=mJ1v1Opy1_M
quinta-feira, 19 de junho de 2014
A LINHA DOS MALANDROS
A LINHA DOS MALANDROS
A Linha dos Malandros da Umbanda traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. Espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram considerados párias e marginalizados pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua Fé, sua identidade e seu bom humor, certamente que já apresentavam um bom nível pessoal de evolução. E após desencarnarem continuaram suas evoluções, até alcançarem um Grau perante a Espiritualidade, o qual lhes permitiu voltar à Terra na condição de Guias Espirituais, para nos reconduzir ao Divino.
Ao mesmo tempo, a Linha dos Malandros simboliza a aproximação dos excluídos com o Divino e ainda, para todas as pessoas, a possibilidade de uma reflexão sobre o preconceito e as exclusões sociais.
Mas, afinal, alguns se perguntam o quê um “malandro” teria para nos ensinar, qual seria a sua contribuição dentro da religião? Primeiro, cabe lembrar que não estamos falando do “malandro” no sentido vulgar da palavra.
Os Espíritos que se apresentam na Umbanda dentro da Linha que corresponde ao Grau Malandro (com “M” maiúsculo!) vêm nos ensinar a flexibilidade, a capacidade de adaptação diante dos obstáculos, o “jogo de cintura” e o bom humor, que se obtêm através do sentimento de Fé na Vida e em si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos. De alguma forma, em algum momento das suas existências, eles vivenciaram tudo isso e podem nos auxiliar.
Os Malandros nos ensinam: ●que a vida é feita de experiências e toda experiência visa a nos ensinar algo de positivo; ●que não há obstáculos insuperáveis, pois isso nos condenaria à destruição, o que é inconcebível porque não há “morte” em nenhum ponto do Universo e sim, transformações que promovem renovação e evolução constantes; ●que é preciso confiar nas Leis da Vida e manter a alegria e o bom humor, para estar em sintonia com faixas vibratórias positivas e atrair a cura espiritual, emocional, mental e física, pois todo filho de Deus é um co-criador.
Sua linguagem é altamente simbólica. Muitas vezes, eles falam conosco e comparam a vida a um jogo de cartas ou de dados:
●Nesse “jogo”, uma “jogada” ruim seria um imprevisto, uma adversidade. O que não significa a perda da partida (motivo para desespero, descrença e desistência), pois a próxima “jogada” (a nova oportunidade, o próximo passo) poderá ser melhor, só depende de nós;
●Nesse “jogo”, é preciso estar atento a cada passo, observando o “adversário” (o desafio externo, bem como os próprios pensamentos, convicções, emoções e sentimentos), para se enfrentá-lo em melhores condições e se alcançar “a vitória”;
●“A vitória” pode ser a superação do obstáculo em si. Mas a grande “vitória” é o entendimento das causas da dificuldade e a aceitação da nossa responsabilidade por essa realidade que de algum modo criamos. O erro ensina e nos dá oportunidade de recomeçar e acertar;
●No caso de uma derrota, saber esperar outra oportunidade e tentar de novo, sem nunca desistir. Podemos “virar o jogo” através da persistência, da alegria e da Fé no amanhã. É a valorização da vida, da própria existência, do momento atual e de cada momento.
O seu “gingado”, a sua musicalidade, a sua dança e a sua “malandragem” não são simples repetição das características “dos malandros do mundo”, vamos dizer assim. Esses Espíritos não estão entre nós para fazer apologia do que foram, possivelmente, em alguma encarnação, mas para nos ensinar o que é possível extrair das lições da vida.
A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos flexíveis, nos desapegando e abrindo mão de idéias antigas, para nos renovarmos a cada dia; encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e levar tudo para o campo pessoal; não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo, por maior que pareça; aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois quem anda atento na vida não vive caindo em buraco...
No aspecto social, a Linha dos Malandros simboliza a inclusão de negros, mulatos e mestiços que viviam marginalizados em nossa sociedade desde o período pós-abolição. Claro que os Espíritos que tiveram uma encarnação assim, como excluídos, continuaram evoluindo e não precisam ser “incluídos em nosso meio social”. Nós é que precisamos refletir sobre as exclusões que já aconteceram e ainda acontecem por aqui, baseadas em preconceitos, para não repeti-las. E só alcançaremos isso a partir de uma conduta fraterna e de respeito integral ao “outro”. Por outro lado, a presença desses Espíritos nos Terreiros de Umbanda, acolhendo a todos com sua alegria e suas magias, é um braço de atração dos mais humildes, que se identificam com essa maneira despojada de ser, despertam a autoconfiança e podem melhor se expressar e progredir. Existiria melhor exemplo de “aprender com os erros”?
Quanto à questão social, vale lembrar que a “abolição” da escravatura não pôs fim ao preconceito racial. Historicamente, continuou existindo em nosso país um preconceito velado em relação aos homens e mulheres de pele negra, aos mulatos e aos mestiços.
Não se pretende, aqui, discutir a validade da Lei Áurea, que libertou os escravos no Brasil, enquanto ferramenta jurídica. Na época, o advento dessa Lei foi importante porque seus infratores passaram a ser considerados criminosos, e isto encerrou um capítulo sombrio do nosso passado. Mas o entendimento de que todos somos filhos de Deus e iguais perante a Lei e a Justiça Divinas não é algo que se alcance por meio de leis humanas, por mais bem intencionados que estejam os seus autores. Isto só se alcançará com a expansão de consciência de cada ser humano, com o decorrer do tempo e a vivência das lições que a Vida Maior nos proporciona. A “libertação” de opressores e oprimidos vem da expansão da consciência: conhecendo sua origem e natureza Divina, o ser humano se desinteressa pelo desejo de posse a qualquer custo e, aí sim, começa a se “humanizar”, começa a compreender a razão de existirmos e a agir como quem é Um com o Todo.
Enfim, com o decreto da abolição no Brasil, um imenso contingente de homens e mulheres recém libertos não conseguia uma colocação de trabalho remunerado. Antigos escravocratas defendiam a idéia de que os negros só renderiam se forçados a trabalhar, como no tempo da escravidão. Houve uma propaganda intensa no sentido de que seria muito melhor trazer para cá os colonos europeus, obviamente brancos. Os europeus vieram e ocuparam a maior parte das colocações de trabalho, sendo sempre preferidos em relação aos ex-escravos. Destes últimos, a maioria ficava sem uma ocupação condigna e sem acesso às escolas e a um aprimoramento, enquanto alguns conseguiam apenas ocupações menores. Em consequência, pouco a pouco se formaram os primeiros grandes grupos de pessoas colocadas a viver à margem da sociedade brasileira.
Depois da abolição dos escravos e no correr dos anos, a idéia de que os negros e seus descendentes eram preguiçosos e menos capazes de aprender do que os brancos foi um pensamento disseminado em boa parte do nosso meio social. Fato é que a mão-de-obra escrava sempre deu conta de enriquecer os que dela se utilizavam; sinal de que os escravos, mesmo em condições absolutamente adversas, tinham competência no que faziam...
Mas por toda a parte, no mundo, então se insinuava uma perigosa teoria: a “da supremacia racial branca”, que de certa forma contaminou o nosso país.
Existia no Brasil, à época, um clima de discriminação muito pesado, embora silencioso. Não havia, propriamente, episódios de violência física contra os negros, mulatos e mestiços, ao contrário do que ocorria em muitos países. Mas os costumes sociais sinalizavam no sentido de que era preciso “alisar o cabelo” para se ter boa aparência; que a música, a dança e o gingado dos negros “não eram boa coisa” etc. etc. Essa propaganda infeliz pretendia fazer com que os negros, os mulatos e os mestiços negassem sua identidade, forçando-os a “um branqueamento”. Afinal, para os opressores de sempre, a grande meta era continuar a escravizar e a melhor forma de fazer isso era pela via indireta, ou seja, fazendo com que os excluídos se sentissem inferiores e se colocassem em posição subalterna perante a sociedade que “os libertara”. Irônico? Não, apenas triste, muito triste esse capítulo da história do nosso país...
De alguma forma, os poderosos da época continuaram a vender a idéia de que aquelas pessoas eram inferiores. Os ideais dos Inconfidentes e dos Abolicionistas, que algum tempo antes comoveram e convenceram a muitos sobre o absurdo da escravidão humana, culminando com o advento da Lei Áurea, aqueles ideais agora ficavam para trás, esquecidos, sepultados sob a voracidade da sede de poder dos capitalistas extremados. Tudo o que importava era o lucro pelo lucro. Desqualificando, dessa forma, a mão-de-obra dos recém “libertos”, os detentores do poder político-econômico tomavam-lhes força de trabalho em troca de quase nada, porque muitos se sujeitaram a isso para não morrer de fome...
De qualquer maneira e de modo geral, aquelas pessoas e seus descendentes não eram bem vistos. E, com o tempo, vão surgindo as rodas da marginalidade. Não, necessariamente, a marginalidade do crime. Mas uma condição de vida à margem do quadro social. A música e a dança apreciadas por aqueles que a sociedade marginalizava não eram bem vistas, nem as suas atividades de recreação (jogos, carteado, capoeira etc.); e então surgiram grupos localizados para essas atividades. Frequentá-los, muitas vezes, era motivo bastante para ser alvo da polícia. Obviamente que esses lugares acabavam atraindo também pessoas já antes voltadas para o crime. Esses locais acabaram por tornarem-se perigosos o bastante para explicar que muitos de seus frequentadores andassem armados, ainda que não fossem propriamente criminosos. Daí dizer-se que os “malandros” andavam com faca ou navalha etc.
Quando se fala em “malandro”, na linguagem cotidiana, a primeira idéia que nos ocorre é a do boêmio, do jogador inveterado de cartas ou de dados, do amante da noite, da música e das rodas de danças, que vivia de expedientes, carregava navalha ou faca e fugia da polícia.
O “malandro” carioca faz lembrar aquele que vivia na Lapa, que gostava de samba e passava as noites na gafieira, chegando a ser personagem de peças teatrais, de músicas e de muitas histórias. Já o “malandro” de Pernambuco vivia nas danças do côco e do xaxado, passando as noites no forró. O que eles têm em comum? Eram todos marginalizados pela sociedade, vistos como “gente à toa”. Porém, sobreviveram a esse clima adverso, vivendo sem acesso a uma boa instrução ou a bons empregos; nem sempre conseguiram, senão com muita dificuldade, dar alguma instrução aos filhos. Nem por isso perderam a alegria, o gosto pela música e pela dança, pelo carteado, pela conversa noite adentro, de alguma forma conseguindo manter suas raízes religiosas e tradições ancestrais, dando “um jeitinho” de ser felizes.
Por trás dos arquétipos da Umbanda, vamos encontrar, no mais das vezes, a Mão da Espiritualidade Superior a corrigir grandes equívocos e injustiças sociais e a nos fazer refletir, enquanto nos auxilia nos problemas do cotidiano. E hoje temos, na presença da Linha de Malandros, uma excelente oportunidade de refletir sobre algumas questões, em especial: primeiro, que nem tudo que parece ruim de fato o é; e segundo, que de tudo se pode extrair algo de bom e de positivo. Do que poderia ter sido uma experiência de todo ruim, esses Espíritos extraíram uma lição de flexibilidade. E aquilo que para uma sociedade hipócrita parecia ser neles um mal era, muito ao contrário, a prova de valor de um povo que manteve fidelidade às suas raízes e não se deixou vencer pelo meio hostil.
Os Malandros vêm até nós, pelas Mãos do Alto, para nos ensinar “a boa malandragem”: fazer limonada com os limões azedos que recebemos dos outros; escorregar e levantar rapidinho, sem perder a compostura e a elegância, e já sair dançando e cantando; aprender jogar “o jogo da vida” e ser um bom parceiro de jogo, aprendendo a rir das tristezas e de si mesmo; assumir ser o que se é, sem hipocrisias, e fazer todo o Bem que se possa; não se prender a padrões e valores externos, mas ficar centrado em si mesmo e na sua Fé, sem nunca desacreditar da Vida Maior, cujo amparo permeia todos os nossos caminhos diários.
Pensar que os Malandros podem nos ensinar tudo isso brincando, de um jeito tão despojado, é o bastante para se quebrar velho ditado que dizia: ”de onde não se espera é que não sai nada”. Porque as aparências enganam!...
Então, não vamos viver de aparências e nem pelas aparências. Vamos viver a vida com Amor, Respeito e Fé. Vamos acreditar em nosso poder interior, que é Deus em nós. Vamos aprender a nos centrar e a nos conhecer intimamente, despertando nossas capacidades e valores acumulados ao longo desta e de outras encarnações e que ainda dormem dentro de nós, mas que podem ser despertados pelo nosso querer, por nossa vontade de superar as dificuldades, por nossa firme determinação de curar nossos pensamentos menos felizes e de encontrar respostas para as nossas necessidades, para enfim chegarmos a um caminho de felicidade, aqui e agora.
Quando se está na frente de um Malandro da Umbanda, é bom que a gente reflita sobre isso.
Essas Entidades estão entre nós por um recurso da Misericórdia Divina, trabalhando pela continuidade da própria evolução e também em nosso favor. Então, nada de o consulente adotar “julgamentos apressados”, no sentido de que se poderia pedir a eles algum mal, um trabalho de magia negativa ou coisa do gênero. E nós, médiuns, não podemos cair na bobagem de achar que podemos dar vazão aos nossos impulsos menos nobres e começar a usar de palavreado chulo, ou desandar a beber e a fumar etc. etc., sob o pretexto de que foi “o malandro” (aqui, com “m” minúsculo, porque um Malandro, um Guia de Umbanda, não faz isso nunca!...).
Vamos recordar que os Malandros são Espíritos a serviço da Luz que vêm nos guiar, orientar e auxiliar; e que um Guia é sempre alguém mais elevado do que nós. Precisamos nos conduzir com honra, respeito, devoção e gratidão aos nossos Guias de Umbanda, para darmos continuidade à nossa evolução. É preciso estar no Terreiro, com em qualquer Templo, de alma e corpo presentes, por inteiro, pra valer.
Os Malandros são simples, amigos, leais e verdadeiros.
Mas se alguém pensa que pode enganá-los, então é desmascarado sem a menor cerimônia e na frente de todos, porque os Malandros não toleram a maldade, a injustiça ou a tentativa de se enganar aos mais fracos.
Nos Terreiros que adotam vestimentas características, quando incorporados em seus médiuns, os Malandros se apresentam vestidos com camisas listradas, alguns com camisas de seda, outros de terno e gravata brancos e chapéu ao estilo Panamá e às vezes de palha. Usam sapatos brancos, ou então bicolores (branco/preto; preto/vermelho) e gravata vermelha. Alguns usam cartola; outros, uma bengala (cajado).
Manipulam magisticamente fumos como charutos e cigarrilhas; e bebidas que vão desde aguardente, batidas, batida de côco, conhaque até uísque.
São cordiais e alegres. Parecem dançar a maior parte do tempo, mas com seus movimentos estão é recolhendo negatividades e purificando as pessoas e o ambiente.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los. Trabalham para curar, desmanchar magias negativas, proteger e abrir caminhos. Atuam muito na cura de problemas de cunho espiritual e emocional, particularmente no campo das chamadas doenças mentais (ansiedade, fobias, depressão, síndrome do pânico, compulsões, esquizofrenia etc.), pois seu magnetismo é bastante eficaz sobre os distúrbios originários de desequilíbrios do Sentido da Fé.
De modo geral, os Malandros se apresentam com uma fita vermelha no chapéu. Mas os que atuam na cura usam uma fita branca, símbolo do curador, ligado ao Pai Oxalá.
Dentro da Linha existem também as manifestações femininas, das quais Maria Navalha e Maria do Cais são os exemplos mais conhecidos.
Como regra geral, os Malandros não são Exus. São Entidades que integram Linhas de Trabalho distintas. Mas alguns Malandros se manifestam nas sessões de Esquerda, junto com os Exus.
Uma figura bastante conhecida dentro desta Linha é Seu Zé Pelintra.
Seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma Entidade peculiar, pois tanto se manifesta na Direita quanto na Esquerda. Na Direita, ele vem como Malandro mesmo, ou como Baiano, ou ainda como Preto Velho quimbandeiro (isto é, voltado para o corte de magias negativas). E pode vir na Esquerda, como Exu. Por que será? Ora, uma das grandes características dos Malandros não é a flexibilidade? Pois então... Seja como for, ele é um Guia a serviço da Luz.
Já no Catimbó, Zé Pelintra é “doutor”, é um curador, é um Mestre da Jurema bastante respeitado. Na Jurema, Seu Zé Pelintra não tem a conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de Esquerda, porque os Mestres da Jurema têm essa capacidade de pode vir tanto na Direita quanto na Esquerda. Na Esquerda, os Mestres vêm para cortar o mal.
No Catimbó, Seu Zé usa bengala (que pode ser qualquer cajado), cachimbo e faz uso ritualístico da cachaça. Dança côco, baião e xaxado e abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho.
A personagem principal da “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque de Holanda, ao que consta, foi baseada nos modos e trejeitos de Seu Zé Pelintra.
E Itamar Assumpção, em parceria com Wally Salomão, compôs para Seu Zé Pelintra esta música, que leva o nome da Entidade:
Zé Pelintra desceu
Zé Pelintra baixou
É ele que chega e parte a fechadura
Do portão cerrado.
Zé Pelintra desceu
Zé Pelintra baixou
É ele quem chamega, quem penetra
Em cada fresta e rompe o cadeado.
E quando Zé Pelintra pinta na aldeia
O povo todo saracoteia
Aparta briga feia, terno branco alinhado
Cabelo arapuá de brilhantina besuntado.
Ele, do ovo, é a porção gema, bebe suco da jurema
Resolve impossível demanda
Homem elástico, homem borracha
Desliza quem nem vaselina
Saravá a sua banda.
É ele quem abre uma brecha
Acende uma tocha no breu
Desparafusa a rosca
Seu cavalo sou eu.
(Fonte: O site: do afro ao brasileiro ponto org.)
Contam-se muitas estórias sobre quem teria sido Zé Pelintra quando encarnado. Alguns dizem que viveu em Pernambuco, outros afirmam que viveu no Rio de Janeiro.
Porém, não podemos nos esquecer de que dentro da Linha dos Malandros, como nas demais Linhas de Trabalho da Umbanda, estão agrupados espíritos que tiveram encarnações diferentes entre si. O ponto central é sabermos que esses Espíritos não estão presos a seus antigos nomes e sim, que foram agrupados a partir de suas afinidades vibratórias e evolutivas e de suas especialidades (campos de atuação).
Nomes Simbólicos: Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Côco, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Preta, Camisa Listrada, Sete Navalhas, Malandro do Morro.
Algumas Entidades Femininas que se manifestam nesta Linha: Maria do Cais, Maria Navalha.
Dia da semana: Não há um dia específico, tendo em vista que a Linha tem um campo de atuação muito vasto e se manifesta tanto na Direita quanto na Esquerda. Os Malandros que trabalham na cura costumam ser mais associados ao sábado, regido por Saturno e Urano, planetas relacionados ao Orixá Obaluayê. Já os que trabalham no corte de demandas têm uma associação mais direta com a terça-feira, regida por Marte e relacionada aos Orixás Ogum, Yansã e Omolu.
Campo de atuação: Limpeza energética, purificação e equilíbrio; quebra de preconceitos; desapego; corte de magias negativas; abertura de caminhos para a prosperidade em geral (espiritual e material); cura espiritual, emocional, mental e física.
Ponto de Força: O Ponto de Força dos Malandros é na subida de morros, nas esquinas e encruzilhadas, aos pés de coqueiros e até em cemitérios, dependendo do seu campo específico de atuação.
Cor: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto.
Guias ou colares: Suas guias ou colares podem ser de vários tipos, tais como: confeccionadas com coquinhos; de contas de porcelana vermelhas e pretas, ou vermelhas e brancas, ou ainda pretas e brancas; de sementes (olho de cabra, olho de boi, obi branco); de pedras; de palha da costa com búzios.
Elementos de trabalho: Baralho, moedas, dados, palitos, palha da costa, pedras, pembas, sumos de ervas, barbante, linhas, fitas, búzios, sementes, côco, água de côco, terra, dendê, azeite de oliva.
Ervas: Quebra demanda; arruda; guiné; comigo-ninguém-pode; aroeira; palha da costa; levante; anis estrelado; algodoeiro; tapete de Oxalá; alecrim; jasmim; manjericão roxo; folha de bambu; folhas de laranja e de limão; folha de café; folha e semente de cacau; folha de beterraba; rama de cenoura; café em grão e em pó; urucum; folha de pitanga; folhas de palmeira e de coqueiro; folha de bananeira; tiririca; barba de velho; raízes; cipós; cabelo e palha de milho; louro; losna; agrião; coentro; orégano; noz moscada; pára-raio; espada de São Jorge; espada de Santa Bárbara; lança de São Jorge; mentas (vários tipos de hortelã); boldos (vários tipos); ervas amargas; salsinha.
Sementes: Olho de boi, olho de cabra, obi branco (ou noz de cola).
Fumo/defumação: Charutos, cigarrilhas, fumo de corda, ervas enroladas na palha.
Pedras: Variam, dependendo da forma de manifestação da Entidade Malandro.
Para os que vêm como Baianos: Quartzo branco leitoso; Cristal; Jaspe Vermelho; Granada; Citrino; Pirita; Topázio Imperial. No geral, as pedras brancas, vermelhas e amarelas- embora eles possam manipular muitas pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho.
Para os que vêm na Esquerda: Ágata Preta, Turmalina preta, Vassoura da Bruxa, Ônis, Quartzo Fumê, Mica Preta.
Para os curadores: Pedras brancas (Quartzo Branco transparente e leitoso, Calcita Ótica, Topázio Branco); Pedras índigo (Lápis-Lazúli, Sodalita) e ou Pedras violetas (Ametista, Cacochinita, Fluorita Lilás).
FONTE: Angélica Lisanty, livros: “Os Cristais e os Orixás”, 2088, páginas 83/85; “Elixir de Cristais”, 2006, páginas 101/113, ambos da Madras Editora.
Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos; flores vermelhas e amarelas.
Oferendas:
1- Um côco verde (separar a água); ervas; flores vermelhas e ou brancas; 7 linhas brancas e 7 pretas; 7 fitas vermelhas e 7 amarelas; frutas; 7 moedas de qualquer valor; 7 velas bicolores branco/preto. Forrar o chão com as ervas. Retirar a água do côco e reservar. Abrir o côco, tirando uma tampa, e colocar dentro dele as moedas. Colocar o côco no meio das ervas e em volta dele dispor, sempre em círculos: as flores; as frutas; as linhas, alterando as cores (branco/preto) e as fitas, também alternando as cores (vermelho/amarelo). Circular tudo com a água do côco. Em torno, firmar as velas e pedir prosperidade espiritual e material, em todos os sentidos. Quando as velas queimarem, retirar todo o material, caso a oferenda seja feita na Natureza.
2- Lascas de uma rapadura; lascas de fumo de rolo; um copo de melado de cana (ou oito pedaços pequenos de cana); um punhado de fubá; 7 sementes de olho de boi; 7 sementes de olho de cabra; 1 vela bicolor branco/preto; uma folha de bananeira lavada e cruzada com azeite de oliva. Abrir a folha de bananeira e sobre ela dispor as lascas de rapadura e as de fumo. Por cima, ir derramando o melado, fazendo círculos no sentido horário. Se optar por pedaços de cana, eles devem ser colocados da mesma forma. Circular com as sementes de olho de boi e depois com as de olho de cabra. Derramar o fubá sobre toda a oferenda, com a mão direita, em círculos horários. Na frente, firmar a vela e pedir limpeza, equilíbrio energético e cura (espiritual, mental, emocional e/ou física). Recolher tudo quando a vela queimar, se fizer a oferenda na Natureza.
Incensos: Quebra demanda, sete ervas.
Saudação: Salve os Malandros!
Cozinha ritualística:
1- Carne seca com abóbora: Dessalgar a carne seca, cortar em cubos e cozinhar. Guardar a água do cozimento. Refogar a carne já cozida com um pouquinho de dendê, azeite de oliva, cebola, alho, tomate e pimentão amarelo picados. Reservar. Na água do cozimento da carne, colocar para cozinhar pedaços de abóbora cortada em cubos, com o cuidado de não deixar amolecer demais. Juntar os pedaços de abóbora cozidos ao refogado da carne, misturar delicadamente e refogar por uns minutos, em fogo mínimo, com a panela tampada. Temperar com molho de pimenta, orégano e cheiro-verde (temperos a gosto).
2- Farofa de carne seca – Ingredientes: 350 g de carne seca; um pouquinho de dendê; 1 cebola grande picada; 2 dentes de alho amassados; 2 xícaras de farinha de mandioca torrada; cheiro-verde picadinho; 2 pimentas vermelhas picadinhas (retirar as sementes); orégano. Preparo: Deixar a carne seca de molho, de véspera, e ir trocando a água. Cozinhar e desfiar quando ela estiver já fria. Numa panela média, aquecer o dendê e dourar o alho e a cebola. Juntar a pimenta e refogar mais um pouquinho. Acrescentar a carne seca, deixando por alguns minutos, em fogo baixo e com a panela tampada, para que a carne absorva o sabor dos temperos. Juntar a farinha, mexer e retirar do fogo. Acrescentar os temperos.
3- Farofa de farinha de milho amarela com carne seca, mandioca, abóbora e pimentas .
4- Doce de abóbora feito com pedacinhos de gengibre e enfeitado com lascas de rapadura.
5-Cocada mole; doce de côco; doce de abóbora com côco.
6- Bolinhos de tapioca: Ralar um côco seco, juntar a água do côco, triturar bem no liquidificador. Colocar a tapioca de molho nessa mistura, até inchar. Fazer os bolinhos e grelhar ou assar. Servir com lascas de rapadura.
7-Feijão preto cozido sem sal e coberto com côco seco fatiado e milho amarelo.
UMA VISÃO de FORA da RELIGIÃO de UMBANDA
Texto: O Arquétipo do malandro: Zé Pelintra como imagem do “trickster” nacional- POR IGOR FERNANDES- FONTE: O site da Rubedo (Estudos Interdisciplinares de Psicologia Analítica)
Zé Pelintra: origem e história― Personagem bastante conhecido, seja por frequentadores das religiões onde atua como entidade, seja por sua notável malandragem, Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um ícone, um representante, o verdadeiro estereótipo do malandro, ou porque não dizer
Yemanjá no Brasil e Oferendas
YEMANJÁ
Iemanjá, Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja, ou Yemoja
Dandalunga (angolas), Kaiala (congos), Janaína, Inaê, Sobá, Oloxum, Princesa de Aiucá, Sereia Mukunã, Senhora da Calunga Grande, Rainha do Mar ou Senhora da Coroa Estrelada
Estes são alguns dos nomes que designam Yemanjá, a Divindade que na Umbanda é a Grande Mãe, a Mãe da Geração.
Yemanjá é a Divindade que está assentado no pólo universal positivo ou irradiante do Trono da Geração e da Vida e que rege a Sétima Linha de Umbanda (Linha da Geração), onde polariza com o Orixá Omolu (Trono Masculino da Geração), cujo magnetismo é negativo ou absorvedor.
Yemanjá, a Mãe da Vida, é a água que vivifica; e Pai Omulu é a terra que amolda os viventes.
O campo preferencial de atuação de Yemanjá é no amparo à maternidade, porque Ela é Senhora do Mistério Maternal. Simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente, “a Mãe da Vida”.
Mãe Yemanjá representa a Manifestação das Qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador. É o Orixá Universal que irradia continuamente as Qualidades geradoras da vida e da criatividade, abençoando todos os seres de forma natural, sem forçar ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam essas bênçãos.
Ela irradia o tempo todo seu Fator Gerador e Criacionista, que estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos Sete Sentidos da Vida, pois irá estimular a geração de vidas, de idéias, de fé, de amor, de conhecimento etc.
Nos mitos da Criação do Universo, Ela é a representação do Princípio Feminino, é “o aspecto Mãe” do Criador. É conhecida como "a Mãe de todos os Orixás" porque está na origem de todas as coisas.
O principal elemento de Yemanjá é a água, o elemento das emoções. O mar é regido por Ela; e a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas.
O mar representa todas as águas, já que todas as águas correm para o mar. E o mar “lava” os nossos problemas e mágoas e renova a nossa vontade de viver, justamente porque a sua energia é uma Emanação da Mãe da Vida. Assim, podemos pedir a Yemanjá que nos ajude a lidar com as nossas emoções e a equilibrá-las.
A Regência de Yemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa a Geração da Vida no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das espécies; e a doação da criatividade que permite aos seres encontrarem seus "pares", unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem melhores resultados nas suas vidas. Esses "pares" são as Energias emanadas por este Orixá, que podemos atrair para nos ajudar a desenvolver nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas, companheiros, parceiros de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está contido no Mistério Maternal de Yemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético, gerando novos caminhos e oportunidades em nossas vidas.
Desse modo, podemos pedir à Mãe Yemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar algum projeto novo e quando precisarmos encontrar novas fórmulas de
viver e novos caminhos (de trabalho, de fazer as coisas, de encarar os desafios da vida).
Associada ao movimento das águas e à fertilidade, Yemanjá é dona de grande poder de sedução e capaz de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso, de onde nunca mais retornam... Podemos entender isso como a necessidade que o ser humano tem de manter o equilíbrio emocional, para não cair num mergulho em emoções desequilibradas, sempre de difícil retorno...
Suas águas salgadas simbolizam as lágrimas de uma mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes.
Além de protetora da vida marinha, Yemanjá é principalmente a protetora da harmonia familiar, do lar, do casamento e do nascimento, é a Sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê.
A Regência de Yemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles que amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em relação àqueles que nos são queridos.
É Ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão para irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos. É uma energia Sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e maternal.
Nos templos africanos, é retratada como uma mulher de seios fartos e semblante calmo, porém decidido. O simbolismo dos “seios fartos” é o da Grande Mãe que provê o alimento necessário a todos os filhos. E aqui a palavra “alimento” corresponde às Energias Divinas que Ela não cessa de Irradiar sobre todos os seres, espécies e elementos, mantendo e renovando a imensa Teia da Vida.
História
Yemanjá na África - Yemanjá ou Yemoja é o Orixá dos Egbá, uma Nação Iorubá outrora estabelecida na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Yemanjá era cultuada às margens desse rio.
Seu nome, assim como o de todos os Orixás, vem da cultura Nagô, de língua Iorubá, e deriva de “Yèyé Omo Ejá”, que significa a Mãe cujos filhos são peixes ou a Mãe de muitos filhos (Yèyé ou Yê= mãe; Omo= filhos; Ejá= peixes).
As guerras entre Nações Iorubás levaram os Egbá a emigrarem na direção oeste, para Abeokutá, no início do século XIX. Obviamente que não poderiam levar consigo o rio Yemoja, então os Egbá transportaram os objetos sagrados de suporte do axé da Divindade, passando a cultuá-la no rio Ògùn, que atravessa a região. Pierre Verger afirma que este rio Ògùn não deve ser confundido com Ogum, o deus do ferro e dos ferreiros, baseando esta afirmação nos ensinamentos mais antigos e tradicionais sobre a Divindade Ogum, e inclusive contrariando escritos de alguns autores do final do século passado.
O principal templo de Yemanjá está em Ibará, um bairro de Abeokutá. Seus fiéis, todos os anos, vão buscar a água sagrada numa fonte do rio Lakaxa, que é um afluente do rio Ògùn, para lavar os axés da Divindade. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira (ère) e um conjunto de tambores. Na volta, o cortejo vai saudar as pessoas importantes do bairro,
começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.
Entre os Egbá, Yemanjá ou Yemojá é saudada como “Odò ìyá” (Odo=rio; ìyá= mãe). Ela
é filha de Olokun, Divindade riquíssima, dona do oceano e de todas as suas riquezas. Em Ifé, Olokun é uma Divindade feminina, uma deusa do mar; e em Benin e Lagos, é cultuada como Divindade masculina, é um deus do mar.
Numa história de Ifá, Yemanjá aparece casada pela primeira vez com Orumilá, Senhor das Adivinhações; e depois com Olofin, Rei de Ifé.
Segundo as lendas, desse casamento com Olofin, Yemanjá teve dez filhos, entre eles Oxumarê ("O arco-íris que se desloca com a chuva e guarda o fogo nos seus punhos") e Xangô ("O trovão que se desloca com a chuva e revela seus segredos").
Yemanjá também foi casada com Oxalá; união que representa a fusão do céu com o mar, no horizonte.
Considerada a Mãe de todos os Orixás e da humanidade, Yemanjá simboliza a manifestação da procriação, da restauração das emoções e a fecundidade. É a grande provedora, que proporciona o sustento a todos os seus filhos. (Do livro "Orixás” - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio.)
Yemanjá no Novo Mundo - Yemanjá é uma Divindade muito popular no Brasil e em Cuba.
Usa roupas cobertas de pérolas e tem filhos no mundo inteiro. Está em todo lugar aonde chega o mar.
Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul.
Nas religiões de matriz africana, o sábado é o dia da semana que lhe é usualmente consagrado, juntamente com outras Divindades femininas.
Suas comidas rituais ou votivas consistem de carneiro e pato, além de preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.
Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro.
Em Cuba, Yemanjá é reverenciada como Yemajá ou Yemayá e também relacionada às cores azul e branca. É uma Rainha do Mar Negra, que assume o nome cristão de “La Virgen de la Regla” e faz parte da Santeria, como Santa Padroeira dos portos de Havana.
Yemanjá no Brasil- Entre as Mães Orixás, Yemanjá é a mais popular, sendo festejada em todo o Brasil como a Rainha do Mar, a Padroeira dos náufragos, a Grande Mãe, a Mãe de todas as cabeças humanas. Na versão de Pierre Verger, Ela representa a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos (peixes), que adora cuidar de crianças e de animais domésticos.
Além dos muitos nomes africanos pelos quais é conhecida, a forma portuguesa Janaína
também é utilizada; e foi criada como a maneira mais branda de "sincretismo" encontrada pelos africanos aqui escravizados para a perpetuação dos seus Cultos. Várias
composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a "Janaína do Mar", e algumas como canções litúrgicas.
Diz JORGE AMADO: “Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta”.
Na Bahia, seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro.
Seu axé é representado por pedras marinhas e conchas consagradas ritualmente, guardadas numa sopeira de porcelana azul.
No Candomblé, durante o Xirê dos Orixás (dança dos Orixás), suas Iaôs trazem um leque de metal branco nas mãos e tocam alternadamente a testa e a nuca, com as mãos, numa saudação à Regência de Yemanjá na vida dessas filhas. Alguns entendem que por esse gesto, de tocar a testa e a nuca, Yemanjá procura chamar a atenção para a beleza do seu penteado de rainha.
As saudações mais usadas para Yemanjá são: Odoiyá (ou Odoyá); Odô Miô (ou Omio; ou Omiodo); Odociaba (ou Odociyabá; ou Odofiaba; ou Odô-fe-iaba)- significando “Mãe do rio” ou “Mãe das águas”. São verdadeiros mantras de Yemanjá que, ao serem pronunciados com amor e reverência, atraem as Irradiações da Mãe Divina.
Yemanjá é o único Orixá que tem uma imagem genuinamente umbandista, na qual é retratada com um vestido azul, longos cabelos negros e pérolas caindo das mãos. Algumas vezes, tem vestes branco-peroladas, cor que lembra muito a fusão dos elementos Água e Cristal, sobre os quais Yemanjá atua. De acordo com Pai Ronaldo Linares, a referida imagem foi visualizada acima do mar, na década de 1950, pela senhora Dala Paes Leme. Um artista pintou um quadro da imagem descrita, e a partir dele começaram a ser feitas essas imagens de Yemanjá, adotadas em boa parte dos Terreiros de Umbanda.
As Festas para Yemanjá
Se na África Yemanjá é relacionada a um rio, no Brasil Ela é associada às águas salgadas do mar; já que as águas doces dos rios são o domínio de Oxum. Por isso, as praias são o palco sagrado de grandes festas de homenagem a Yemanjá.
No Brasil, Yemanjá goza de grande popularidade entre os seguidores da Umbanda, do Candomblé, do Batuque, do Xambá, do Xangô do Nordeste, do Omolokô e mesmo entre fiéis de outras religiões, pois o arquétipo da Grande Mãe está presente no inconsciente dos povos. Muitas festas a homenageiam. Flores, perfumes, jóias e bijuterias são algumas das oferendas que recebe nessas ocasiões.
No Rio de Janeiro e em Natal, Yemanjá é homenageada na passagem do ano.
Na Bahia e no Rio Grande do Sul, as maiores festas acontecem no dia 02 de fevereiro. A grande festa baiana ocorre na Praia do Rio Vermelho, em Salvador. Já no Rio Grande do Sul os maiores festejos são em Porto Alegre e Pelotas.
Em São Paulo e em João Pessoa, na Paraíba, Yemanjá é celebrada no dia 08 de dezembro. Na mesma data, a Bahia realiza duas outras festas para a Mãe das Águas.
Em São Paulo, as maiores comemorações ocorrem no município de Praia Grande, Litoral Sul, com milhares de fiéis. A tradição teve início em 1969, quando uma grande imagem de Yemanjá foi colocada perto da Vila Mirim, por iniciativa de Pai Demétrio Domingues e de outros líderes Umbandistas da época. Vale lembrar que o dia 08 de dezembro é consagrado a Nossa Senhora da Conceição, dentro da liturgia Católica, e que esta Santa sincretiza com o Orixá Oxum. Pai Ronaldo Linares conta que na década de 60, neste dia 08, se fazia uma Festa para Oxum, onde havia “um encontro de Oxum com Yemanjá”, na Praia das Vacas, no município paulista de São Vicente. Depois, esse “encontro” deixou de ocorrer e a data ficou reservada para festejar apenas Yemanjá.
Em João Pessoa, 08 de dezembro é o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição e também o dia de tradicional Festa de Yemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas, ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado para assistir ao desfile dos Orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.
Ainda em 08 de dezembro a Bahia realiza outras duas festas para Yemanjá. Uma delas acontece pelo sincretismo com a Padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. A outra é realizada no Monte Serrat, na Pedra Furada, em Salvador, denominada “Presente de Yemanjá”, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar, também saudada como Janaína.
Existe um sincretismo entre a Santa Católica Nossa Senhora dos Navegantes e o Orixá Yemanjá. Em algumas regiões do Brasil, ambas são festejadas no dia 02 de fevereiro, com uma grande procissão fluvial.
Uma das maiores festas do Dois de Fevereiro ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No mesmo Estado, em Pelotas, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade Católica, acontece um dos momentos mais marcantes da celebração: as embarcações param e são recepcionadas por Umbandistas que carregam a imagem de Yemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por muitas pessoas. Em Pelotas, a Festa de Yemanjá acontece à noite, sob a coordenação da Federação Sul Riograndense de Umbanda e com o apoio da Prefeitura; e durante o dia a Festa Católica a Nossa Senhora dos Navegantes é organizada pela Diocese local.
No Rio de Janeiro, Yemanjá é festejada na passagem de ano. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas para a Divindade. A celebração inclui o tradicional "banho de pipocas" e as sete ondas que os fiéis e até mesmo seguidores de outras religiões pulam, como forma de pedir sorte à Grande Mãe Orixá (sete ondas, simbolizando os sete Sentidos da Vida).
A Grande Festa da Praia do Rio Vermelho- Na Bahia, Yemanjá é geralmente sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Santa Católica que se comemora no dia 08 de dezembro. No entanto, a maior festa baiana para Yemanjá é celebrada em 02 de fevereiro.
Em Salvador, segundo a liturgia Católica, 02 de fevereiro é o dia consagrado a Nossa Senhora das Candeias, Santa que é sincretizada com Oxum, o Orixá das águas doces. Curiosamente, é justamente nesta data que se organiza a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar”; o que mostra que o sincretismo entre os Orixás e os Santos Católicos não é de uma rigidez absoluta. Por isso, considera-se que a Festa de Yemanjá, em dois de fevereiro, é a única grande festa religiosa baiana que não tem origem no Catolicismo, e sim no Candomblé.
A grande Festa do Dois de Fevereiro acontece na Praia do Rio Vermelho, em Salvador. A celebração Católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, na Cidade Baixa; enquanto os Terreiros de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as Casas de Santo que realizarão seus trabalhos na areia, em louvor a Yemanjá.
A Festa atrai imensa multidão de fiéis e de admiradores da Mãe das Águas, Dona Janaína, a Princesa ou a Rainha do Mar. Milhares de pessoas trajadas de branco saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do Rio Vermelho, onde depositam variadas oferendas.
Bem cedo pela manhã, longas filas de pessoas se formam diante da pequena casa construída na véspera, a fim de abrigar as grandes cestas destinadas a receber os donativos e as oferendas para Yemanjá.
Durante todo o dia, forma-se um lento desfile de pessoas de todas as origens e meios sociais, trazendo ramos de flores frescas ou artificiais, pratos de comida feitos com carinho, frascos de perfumes, sabonetes embrulhados em papel transparente, bonecas, cortes de tecidos e outros presentes agradáveis “a uma mulher bonita e vaidosa”. Cartas e súplicas, presentes em dinheiro, colares e pulseiras não faltam. A aparente simplicidade desses fiéis não desnatura o caráter emocionante da festa, onde se pode sentir intensa Vibração da Mãe Divina sobre os Seus filhos que, como crianças, vão levar-lhe “presentes” cujo maior valor está no amor e na devoção que Lhe consagram. E, afinal, o que somos nós, além de crianças, diante de Deus e das Suas Divindades? ...
Em algumas horas as cestas de oferendas já estão cheias e são substituídas por outras. Ao final da tarde, os ramos de flores são colocados em cima das cestas, transformando-as, assim, numas 30 braçadas de flores, imensas. O entusiasmo da multidão chega ao máximo, com gritos alegres, saudações a Yemanjá e votos de prosperidade.
Uma parte da assistência embarca a bordo de veleiros, barcos e lanchas a motor, que se dirigem para o alto mar, onde as cestas são depositadas sobre as ondas. Segundo a tradição, as oferendas “aceitas” devem mergulhar até ao fundo. Se forem devolvidas à praia, é sinal de “recusa”, para tristeza dos fiéis.
Em dois de fevereiro de 2010, pela primeira vez, a escultura de uma sereia negra, criada pelo artista plástico Washington Santana, foi escolhida para representar Yemanjá na grande Festa do Rio Vermelho, em homenagem à Àfrica e à religião afrodescendente.
Curiosidades sobre a Festa do Rio Vermelho
1-Fonte: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br- A tradição da Festa da Praia
do Rio Vermelho teve início em 1923, quando um grupo de vinte e cinco pescadores resolveu oferecer presentes para a Mãe das Águas. Na época, os peixes estavam escassos no mar.
No início, a celebração era feita em conjunto com a Igreja Católica, numa demonstração do sincretismo religioso da Bahia. Na década de 1960, um Padre teria ofendido os pescadores, chamando-os de ignorantes, por cultuarem “uma sereia”. O fato provocou um rompimento com a Igreja, e a partir daí os pescadores passaram a realizar a festa apenas em homenagem a Yemanjá.
Presente principal: Todos os anos os pescadores pedem a Yemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo, e preparam um presente principal para a Ela oferecer.
Segundo a lenda, o cavalo marinho é o guardião da casa de Yemanjá, e o seu mensageiro mais rápido. É comum que imagens deste animal sejam oferecidas pelos devotos. Em 2007, o presente principal dos pescadores foi uma imagem de um cavalo marinho adornado.
Sobre o presente principal vão as oferendas preparadas pela Ialorixá responsável pelo comando da festa. Esse preparo demora sete dias e é cercado de rituais e fundamentos sagrados e as oferendas incluem: flores, perfumes, espelhos, fitas, anéis, colares, brincos, pentes, jóias, bijuterias, relógios, maquiagens, bonecas, velas, bebidas e comidas (manjar; fava cozida com camarão, cebola e azeite doce; champanhe, dentre outros).
Acredita-se que alguns presentes não afundam porque não agradaram Yemanjá, que os devolve. Em geral, presentes feitos com materiais leves ou ocos costumam não afundar. Nem mesmo o presente principal, feito pelos pescadores, está livre deste infortúnio. Algumas vezes foi preciso amarrá-lo a algo pesado, para que pudesse afundar. Atualmente, os ambientalistas alertam que muitos animais marinhos morrem ao ingerir os presentes jogados no mar que não se decompõem. E os pescadores que organizam o
Dois de Fevereiro estão começando a se preocupar mais com o aspecto ecológico que envolve a festa.
Nas ruas desfilam grupos de samba de roda e ijexá, capoeira, blocos afros, grupos fantasiados e fanfarras, entre outros. Alguns desfilam exclusivamente na Festa do Rio Vermelho, numa prova da devoção do povo baiano.
A escultura de Yemanjá, localizada em frente à Casa do Peso, foi confeccionada por Manoel Bonfim, em 1970. Trata-se de uma escultura de uma sereia feita de gesso, assentada sobre um pedestal de concreto revestido com apliques variados, conchas e pedras portuguesas.
2-Fonte: http://www.faced.ufba.br/~dept02/calendario/yemanja.html- Site da Universidade Federal da Bahia.Texto: “Festa de Yemanjá”, de Antonietta de Aguiar Nunes, Historiógrafa do Arquivo Público da Bahia e Professora Assistente de História da Educação na Universidade Federal do mesmo Estado. Segue um resumo da matéria.
Dois de fevereiro é- oficiosamente- feriado na Bahia, data da mais importante festa dedicada a Yemanjá. Antigamente, a festa acontecia no terceiro domingo de dezembro, em Itapagipe, em frente ao antigo Forte de São Bartolomeu. Os senhores davam aos seus escravos uma folga de quinze dias para festejarem a sua rainha. Compareciam para mais de 2.000 africanos.
Tio Ataré, residente na Rua do Bispo, em Itapagipe, era o Pai de Santo que comandava os
festejos. Os presentes eram colocados numa grande talha ou pote de barro que depois era atirada ao mar. A festa durava quinze dias, durante os quais não faltavam batuques e comidas típicas baianas. Hoje, ela dura só o dia 02, apenas se prolongando pelo fim de semana seguinte quando próximo.
Diz uma lenda que no Rio Vermelho havia uma rendosa armação de pesca de xaréu, peixe muito abundante ali. Certa vez, junto com os peixes, veio na rede uma sereia. O proprietário do aparelho, “querendo viver em paz com a gente debaixo d’água”, mandou soltá-la imediatamente. Anos depois, outro era o dono da armação; e novamente caiu uma sereia na rede, que foi pega e carregada por dois pescadores para assistir missa na igreja do povoado. Ela ficou chorosa e envergonhada, o tempo todo; terminada a cerimônia, soltaram-na à beira-mar. Desde então, nunca mais se pegou sequer um xaréu nas águas do porto de Santana do Rio Vermelho.
O PINTOR LICÍDIO LOPES, morador antigo do Rio Vermelho, conta em suas memórias que entre a praia do Canzuá e a da Paciência, por cima das pedras, havia uma gruta muito grande que os antigos diziam ser a casa da Sereia ou Mãe d’ Água; porém ela não morava mais ali e a gruta estava abandonada. Os presentes para a Mãe d’ Água eram colocados na gruta e nesta pedra. Na década de 20 do século XX, uma pedreira destruiu a gruta; mas permaneceu a pedra da Sereia. Agora que não existe mais a gruta, os presentes são colocados em todas as praias, de preferência na maré enchendo ou cheia.
Ele conta ainda que a idéia do grande presente para Yemanjá não veio do Candomblé, mas de um pescador, querendo reviver a festa do Rio Vermelho, já que a de Santana estava ficando menos concorrida. Pescadores e peixeiros decidiram dar um presente à Mãe D’Água, no dia 02 de fevereiro, e se reuniram para organizar a festa, que começava pela manhã com uma missa na igreja de Santana; e à tarde colocavam o presente para a Rainha do Mar. Um padre não gostou que se misturasse missa com presente para uma sereia, e eles resolveram não celebrar mais missa e apenas colocar o presente para Yemanjá, à tarde.
Ocorreram algumas dificuldades e imprevistos e alguém lembrou que essa obrigação era feita na África, onde Yemanjá é Mãe de todos os Orixás. Como no Rio Vermelho não existisse algum Terreiro, na ocasião, foram procurar em outros bairros uma Casa que se encarregasse das obrigações. A Mãe de Santo Júlia Bugan, que tinha Casa de Candomblé na Língua de Vaca, perto do Gantois, foi quem orientou o que se devia comprar, fez os trabalhos e preceitos, colocou na talha que pedira e dentro do balaio, enfeitou-o com muitas fitas e flores e mandou-o para a casinha de pescadores no dia 2 de manhã. A partir de então, continuaram fazendo sempre este preceito, para tudo correr bem. De 1988 a 1990, o preceito foi realizado por Waldelice Maria dos Santos, do Engenho Velho da Federação. A partir de 1967 o Departamento de Turismo passou a ajudar. Em 1969 foi feito o pedestal junto à casa dos pescadores e colocada a estátua de uma sereia feita por Manuel Bonfim.
Às quatro da tarde saem os barcos com os balaios cheios de oferendas a serem lançadas em alto mar. Quando as embarcações voltam para a terra, os acompanhantes não olham
para trás, pois se acredita que faz mal.
JORGE AMADO conta que se Yemanjá aceitar a oferta dos filhos marinheiros, o ano será bom para as pescarias, o mar será bonançoso e os ventos ajudarão aos saveiros. Mas se
Ela recusar, as tempestades se soltarão, os ventos romperão as velas dos barcos, o mar será inimigo dos homens e os cadáveres dos afogados boiarão em busca da terra de Aiocá...
Lendas
1- Yemanjá cura Oxalá e ganha o poder sobre as cabeças
Quando Olodumare fez o mundo, deu a cada Orixá um reino, um posto, um trabalho.
Exu recebeu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas;
Ogum, o poder da forja, o comando da guerra e o domínio dos caminhos;
Oxóssi foi designado patrono da caça e da fartura;
Obaluayê, o controle das epidemias;
Oxumaré ganhou o arco-íris e o poder de comandar a chuva, que permite as boas colheitas e afasta a fome;
Xangô recebeu o poder do trovão e o império da lei;
Yansã ficou com o raio e o reino dos mortos;
Euá foi governar os cemitérios;
Oxum recebeu o amor e o zelo pela feminilidade, a riqueza material e a fertilidade das mulheres;
Obá ganhou o patronato da família;
Nanã recebeu a sabedoria dos mais velhos;
Oxalá recebeu o privilégio de criar o homem, depois que Odudua fez o mundo.
E a criação se completou com a obra de Oxaguiã, que inventou a arte de fazer os utensílios, a cultura material.
Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados de Oxalá: cuidar da casa, dos filhos, da comida, do marido, de tudo enfim.
Yemanjá trabalhava e reclamava: se todos tinham algum poder no mundo, um posto pelo qual recebiam sacrifício e homenagens, por que ela deveria ficar em casa feito escrava? Yemanjá não se conformava. Ela falou, falou, e falou nos ouvidos de Oxalá... Falou tanto, que Oxalá enlouqueceu. Seu ori, sua cabeça, não aguentou o falatório de
Yemanjá...
Yemanjá se deu conta do mal que provocara e tratou de Oxalá, cuidando de seu ori enlouquecido, oferecendo-lhe água fresca, obis deliciosos, apetitosos pombos brancos, frutas dulcíssimas. E Oxalá ficou curado.
Então, com o consentimento de Olodumare, Oxalá encarregou Yemanjá de cuidar do ori de todos os mortais. Yemanjá ganhou, enfim, a missão tão desejada.
Agora Ela era a Senhora das cabeças. (Fonte: “Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi, Companhia das Letras, 2005, páginas 397/399.)
2- Yemanjá ajuda Olodumare na criação do mundo
Olodumare-Olofin vivia sozinho no Infinito, cercado apenas de fogo, chamas e vapores,
onde quase nem podia caminhar. Cansado desse seu universo tenebroso e de não ter com quem falar ou com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação. Liberou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas.
As águas debateram-se contra rochas que nasciam e abriram profundas e grandes fendas
no chão. A água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e oceanos, em cujas profundezas Olokum foi habitar.
Do que sobrou da inundação se fez a terra.
Na superfície do mar, junto à terra, ali Yemanjá formou seu reino, com suas algas e estrelas do mar, peixes, corais, conchas, madrepérolas. Ali nasceu Yemanjá, em prata e azul, coroada pelo arco-íris Oxumarê.
Olodumare e Yemanjá, a Mãe dos Orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões, por onde ainda respira o fogo aprisionado.
Eles apagaram o fogo que se consumia na superfície do mundo; e com as cinzas Orixá Ocô fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques e florestas, que foram dados aos cuidados de Ossaim.
Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos a peste, que foi doada pela Mãe dos Orixás ao filho Omolu.
Yemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona das águas doces.
Quando tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Yemanjá, foi que Obatalá, respondendo diretamente às ordens de OLORUM, criou o ser humano. E o ser humano povoou a Terra.
E os Orixás foram celebrados pelos humanos. (Fonte: Reginaldo Prandi, obra citada, páginas 380/381.)
3- Yemanjá irrita-se com a sujeira que os homens lançam no mar
Logo no princípio do mundo, Yemanjá teve motivos para desgostar da humanidade: os seres humanos sujavam suas águas com lixo, jogando no mar tudo o que a eles não servia, velho ou estragado; até mesmo cuspiam em Yemanjá, quando não faziam coisa pior.
Ela foi queixar-se a Olodumare. Assim não dava para continuar. Yemanjá Sessu vivia suja, sua casa estava sempre cheia de porcarias.
Olodumare ouviu seus reclamos e deu-lhe o dom de devolver à praia tudo o que os humanos jogassem de ruim em suas águas.
Desde então as ondas surgiram no mar. As ondas trazem para a terra o que não é do mar. (Fonte: Reginaldo Prandi, obra citada, página 392.)
4- Yemanjá vai morar no mar
Yemanjá estava casada com Olofin-Odùduà, rei de Ifé. Cansada de sua permanência em Ifé, Yemanjá foge em direção ao Oeste, levando consigo uma garrafa contendo um preparado, que ganhara de Olokun com a recomendação de quebrá-la no chão, em caso
de extremo perigo.
Assim, Yemanjá foi instalar-se no Oeste, que os Iorubás chamavam de "o entardecer da Terra". E Olofin-Odùduà lançou seu exército à procura da mulher.
Cercada, Yemanjá não se deixou prender, não queria voltar para Ifé. Então, Ela quebrou a garrafa que ganhara de Olokun, seguindo as instruções recebidas.
Na mesma hora, um rio criou-se ali, levando Yemanjá para Okun, o oceano, lugar da morada de Olokun.
5- Yemanjá recebe a ajuda de Xangô, um de seus filhos
Yemanjá é representada com o aspecto de uma matrona de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios majestosos deu origem a desentendimentos entre Yemanjá e o marido, segundo uma lenda que apresenta três versões:
Primeira versão: Diz a tradição Iorubá que Yemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Em Ifé, tornou-se a esposa de Olofin-Odùduà, com o qual teve dez filhos, todos eles Orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Yemanjá tornaram-se imensos.
Quando fugiu de Ifé, indo para Abeokutá, Yemanjá continuava muito bonita e Okerê lhe propôs casamento. Ela aceitou, com a condição de que o marido jamais ridicularizasse a imensidão dos seus seios.
Um dia, Okerê voltou para casa embriagado e criticou os seios da esposa.
Ofendida, Yemanjá fugiu. Okerê colocou seus guerreiros para persegui-la.
Cercada, Ela lembrou que tinha recebido de Olokun uma garrafa, com a recomendação de que só a abrisse em caso de necessidade. Yemanjá tropeçou e quebrou a garrafa. Nasceu então um rio de águas tumultuadas, que levaria Yemanjá para o oceano, morada de Olokun.
Tentando impedir a fuga da mulher, Okerê se transformou numa colina.
Vendo seu caminho bloqueado, Yemanjá chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos. Xangô lançou um raio que cortou a colina Okerê em duas, abrindo passagem para
Yemanjá, que foi para o oceano, ao encontro de Olokun, e nunca mais voltou para a terra. Ainda existe, na Nigéria, uma colina dividida em duas, de nome Okerê, que dá passagem ao rio Ògùn, que corre para o oceano.
Segunda versão: Ao desentender-se com o marido, Yemanjá, indignada, bateu com o pé no chão e se transformou num rio, a fim de voltar para os domínios de Olokun, o oceano.
Terceira versão: Diante da zombaria do marido, Yemanjá começou a chorar. Chorou tanto, que de seus olhos desceram águas tumultuadas que a tudo tragaram: casa, marido, filhos, animais, a cidade inteira... Ninguém se salvou das ondas geradas pelo pranto de revolta de Yemanjá.
Desde então, Ela vive no fundo do mar, longe dos homens, reinando sozinha em seu império de conchas e peixes...
Divindades assemelhadas
Tétis- Divindade grega que forma com Oceano um casal de Titãs, filhos de Urano e Géia. Tétis e Oceano são as primeiras Divindades Marinhas, das quais os outros deuses ou deusas do mar são descendentes. É a primeira Mãe do Mar, das águas primordiais.
Hera- Divindade grega. Entre os romanos era Juno. A esposa mais ciumenta de Zeus, cujo casamento era o mais sagrado, mostrando a importância da união. Deusa do casamento e do parto.
Nereidas- Divindades gregas. Filhas de Nereu com Dóris, a Oceânida. São 50 Nereidas, todas Divindades Marinhas.
Sereias Gregas-Divindades gregas que trazem o dom para a música, o canto e o manejo da lira e da flatua, o que traz semelhança com as musas gregas. Com frequência, aparecem como filhas de Aquelóo (“Deus-rio”, filho de Oceano e Tétis).
Parvati- Divindade hindu, consorte de Shiva e mãe de Ganesha. É a Mãe Divina em todos os aspectos.
Aditi- Divindade hindu. Mãe dos deuses, no Rig-veda (1500-1000 a.C.). Mãe do deus do sol (Mitra), do deus da verdade e da ordem universal (Varuna) e também de Indra (o Rei dos deuses).
Danu- Divindade celta, consorte de Bile (ou Beli). É a “Água do Céu”, a grande Mãe. Do seu nome vem a origem do Rio Danúbio, onde primeiro surgiram as raízes da cultura celta.
Mut- Divindade egípica. “A mãe”, em Karnak. (*Observação: MUT era esposa de AMON, deus que ocupava a principal edificação do Templo de Karnac, construído entre 2200 a.C. e 360 a.C. Este Templo de Karnak era o principal local de culto aos deuses de Tebas, entre os quais se destacavam: Amon, Mut e Khonsu. Até o fim da civilização egípcia, Karnak se manteve como centro religioso do Império: Amon-Ra (a forma solarizada do deus Amon) e seus sacerdotes adquirem então um poder prodigioso, que chegou a ameaçar a própria instituição faraônica.)
Aruru- Divindade babilônica. Um dos nomes da Grande Deusa Mãe na mitologia babilônica.
Namur- Divindade-Mãe sumeriana, mãe de Enki e Ereshkigal. Deusa dos Mares, que criou o céu e a terra e gerou várias Divindades, quando a terra foi arrebatada ao céu.
Belet Ili- Divindade sumeriana, “Senhora de todos os deuses”, Grande Deusa Mãe. Consorte de Enki. Divindade do útero e das formas. Ela criou inicialmente sete homens e sete mulheres que, com o tempo, se tornaram a civilização conhecida.
Nanshe- Divindade-Mãe sumeriana festejada com procissões de barcos, nas quais eram depositadas suas oferendas a serem entregues no mar.
Frigga- Divindade nórdica, a Grande Mãe da maioria dos deuses, uma das três esposas de Odin. Frigga é o aspecto Mãe; enquanto Freyja é o aspecto sensual, donzela.
Belat- Divindade caldéia, esposa de Bel. É a “Mãe dos Grandes Deuses” e “Senhora da Cidade de Nipur”.
Coatlicue- Divindade asteca, Mãe de todas as outras divindades. Usa uma saia de serpente e é também Senhora da vida e da morte. Também adorada como Mãe da Terra.
Yngona- Divindade dinamarquesa, é a Grande Mãe.
Mama Cocha- Divindade inca. Cultuada não apenas pelos incas, mas por muitas outras tribos e culturas. É a Mãe do Mar e Senhora dos peixes.
Mariamma- Divindade hindu, Senhora do Mar e de tudo o mais que ele representa e traz de benefícios para nós.
Marah- Divindade caldéia, Senhora das águas salgadas, Mãe que vem do mar.
Derketo- Divindade assíria, aparece como sereia. Senhora da Lua e da noite, protetora dos animais que habitam o mar.
Mari Ama- Divindade escandinava do mar.
Ilmatar- Divindade finlandesa da água, Grande Mãe criadora que está na origem de tudo.
Annawan- Divindade indonésia do Mar.
Bachue-Divindade colombiana dos índios Chibchas. Seu nome significa “grandes seios”. Junto com seu filho, Ela criou a humanidade.
(Fonte: “Deus, “Deuses” e Divindades, Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004, páginas 127/130.)
Características dos filhos de Yemanjá
As filhas (e filhos) de Yemanjá possuem como características básicas a força e a determinação, assim como o sentido da amizade e do companheirismo; são pessoas presas no arquétipo da mãe, à família e aos filhos. São doces, carinhosas, tradicionais, pouco rígidas, sentimentalmente envolventes e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Não gostam de mudanças e apreciam a rotina do cotidiano. São muito protetoras; possuem o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas, mas formais. Põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias.
Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano
não lhes permitem; mesmo quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.
As filhas e filhos de Yemanjá não podem ficar expostos à poeira, pois tendem a desenvolver problemas respiratórios.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e por isso costumam casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades de longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.
Mas nem tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá à tendência de querer consertar a vida dos que o cercam- o destino de todos estaria sob sua responsabilidade-, a serem controladores, voluntariosos, capazes de fazer chantagens emocionais e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Um filho de Yemanjá pode tornar-se controlador e rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos, sem esquecê-las jamais.
Os filhos de Yemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Porém, quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Oferendas
Modelo 1- Velas brancas e azuis; champanhe; um melão aberto numa das pontas; um punhado de arroz doce; peixe assado ou cozido com camarão, cebola e azeite doce; um punhado de canjica cozida com leite e mel (reservar o líquido do cozimento); rosas brancas; folhas de colônia (ou cardamono) para forrar a oferenda; folhas de alface para colocar o peixe e o arroz doce.
Pedir a Deus e à Mãe Yemanjá a imantação e consagração dos elementos da oferenda, para que liberem energias de cura e equilíbrio que nos auxiliem a alcançar nossos objetivos. Fazer o pedido específico.
Cobrir o chão com as folhas de colônia. No centro, colocar o melão e dentro dele, os grãos da canjica. O peixe e o arroz doce são postos sobre folhas de alface, à direita do melão. Circular com as flores. Em torno, firmar as velas (alternando: branca/azul). Circulando tudo, derramar o champanhe e o líquido do cozimento da canjica, saudando a Divina Mãe. Quando as velas queimarem, agradecer, pedir licença e recolher todo o material, para não agredir a Natureza.
Modelo 2- Faça um círculo com sete velas brancas, sete azuis e sete rosas; colocando no centro champanhe, calda de ameixa ou de pêssego, manjar de coco, arroz-doce e melão, rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar. (Fonte: “Código de Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora.)
Modelo 3- Toalha branca ou azul claro • velas, pembas, fitas e linhas na cor branca ou azul claro • flores (rosas brancas, palmas brancas, lírio branco) frutas (melão em fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa) • bebidas (champanhe de uva e licor de ambrósia) • comidas: manjares; peixes assados; arroz doce com bastante canela em pó. Depositar à beira-mar. (Fonte: “Rituais Umbandistas-Oferendas, Firmezas e Assentamentos”, Rubens Saraceni, Editora Madras.)
Local das oferendas: à beira-mar. Tomar o cuidado de recolher todo o material após a queima das velas.
Quando oferendar Yemanjá
- Para Proteger a família.
- Para Harmonia do Lar, do Casamento, da Família, dos Sócios.
- Para Gerar oportunidades, bons negócios, harmonia, amor.
- Para iniciar algum projeto com proteção e êxito.
Firmeza para Yemanjá: Colocar dentro de uma quartinha azul clara, ou dentro de uma taça de cristal, 33 búzios e cobrir com água com alfazema. Trocar a água semanalmente.
Amaci: Água de fonte com pétalas de rosas brancas e erva cidreira, maceradas e curtidas por sete dias.
Cozinha ritualística
1-Manjar branco - Misturar 1 leite condensado, 2 medidas de leite de vaca (medir na lata do leite condensado), 1 leite de coco, 3 colheres de amido de milho ou de creme de arroz. Levar ao fogo, mexendo sempre, até formar um mingau firme e aparecer o fundo da panela. Despejar num pirex molhado; colocar calda de ameixa ou de pêssego por cima. Enfeitar com rosas brancas e coco ralado.
2-Acaçá de leite- Cozinhar 200 g de farinha de arroz em 1/2 litro de leite, 1/2 litro de leite de coco e açúcar cristal, mexendo sempre, até dar o ponto de enrolar os bolinhos. (Pode-se usar, no lugar da farinha de arroz, milho branco moído e deixado de molho no leite por 24 horas.) Oferendar apenas os acaçás, ou usá-los para decorar outra oferenda. Para Oxalá e Yemanjá, é costume servir os acaçás abertos; para os demais Orixás, eles são enrolados em folha de folha de bananeira ou de uva.
3-Canjica cozida em leite e enfeitada com oito camarões médios cozidos.
4-Camarão de Yemanjá- Camarão fresco (lavar em água e suco de limão) temperado com cebola, cheiro-verde, azeite de oliva e leite de coco. Bater no liquidificador e cozinhar.
Cobrir com ovos inteiros batidos e diminuir bem o fogo para o cozimento dos ovos.
5-Peixe Cozido: Refogar em fogo lento postas de peixe temperadas com sal, suco de limão e uma pasta de cebola e cheiro-verde passados pelo liquidificador. Quando estiver cozido, regar com azeite de oliva.
6-Peixe assado: Temperar e assar um dourado (ou namorado), regando com azeite de oliva. Servir em louça branca, rodeando o peixe com acaçás e/ou maçãs verdes fatiadas e previamente fervidas numa calda de açúcar.
7-Arroz com maxixe: Cozinhar arroz branco e colocar numa louça branca. Refogar levemente no azeite de oliva oito maxixes cortados em rodelas e colocá-los em cima ou em volta do arroz.
Alguns Caboclos de Yemanjá: Caboclo do Mar, Caboclo da Praia, Caboclo das Sete Ondas (Oxalá/Yemanjá), Caboclo dos Sete Mares (Oxalá/Yemanjá), Caboclo Beira-Mar (Yemanjá/Obaluaiê), Caboclo Sete Praias (Oxalá/Yemanjá), Cabocla Iara, Cabocla Estrela Dalva, Cabocla Sete Ondas (Oxalá/Yemanjá), Cabocla Jandira, Cabocla Sete Contas (Oxalá/Yemanjá/Oxóssi).
Alguns Exus de Yemanjá: Exu do Mar, Exu da Praia, Exu Pinga Fogo (Xangô/Yemanjá), Exu dos Sete Mares (Oxalá/Yemanjá), Exu Sete Praias (Oxalá/Yemanjá), Exu das Sete Ondas (de Oxalá e Yemanjá).
PRECE
Mar imenso e profundo,
Aqui deixo todos os meus males,
Todas as más influências,
Todos os pontos negativos
Que possam perturbar
A minha evolução...
Recebe em tuas profundezas
Tudo aquilo que me é maléfico
E devolve-me os fluídos eternos
Que hão de me tornar forte
Para que eu possa fortalecer
Todos aqueles que me rodeiam;
Enche-me o espírito de bênçãos
Para que eu possa abençoar
Toda a humanidade.
Em nome do Infinito Poder,
Lava-me a matéria
Para que eu possa conservá-la
Digna do espírito que me anima.
Deixo na imensidade da tua força
Todos os males;
E levarei comigo
Todo o Poder
Da Magia Superior que representas.
Saravá!
Saravá!
Saravá!
PONTO DE CHAMADA
Olhei pro mar, vi uma Estrela a brilhar
é Mamãe Sereia, a Rainha do Mar...
Estrela ê! Estrela á! Estrela brilha ê, ê, á!
Quem sai das águas, vem beirando a areia,
É Mamãe Sereia, a Rainha do Mar.
Mulher bonita dos cabelos negros
traz em seu olhar o encanto do luar
E lá na areia seus filhos a esperam
soando os atabaques,
para os trabalhos começar.
Doce Yemanjá, Rainha do Mar...
TRONO | TRONO FEMININO DA GERAÇÃO E DA VIDA |
Linha | Geração |
Fatores |
Criativo (Fator puro) e Geracionista ou Gerador (Fator misto).
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Essência | Aquática |
Cor |
Branco cristalino, prata ou azul claro.
(Em algumas Casas: Branco, azul claro. Também verde claro e rosa claro.)
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Características |
Maternal, protetora, competente, dedicada, mandona, possessiva, Intrigante, controladora.
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Instrumentos |
Abebé (leque prateado, em forma circular, que pode trazer um espelho no centro); adê (coroa ou diadema); braceletes e pulseiras.
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Fio de Contas |
Contas e Miçangas de cristal. Firmas cristal.
Também podem ser feitos de pequenas pedras de Água Marinha.
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Ervas | 1- Fonte: Adriano Camargo:
Ervas agressivas ou quentes de Yemanjá: Erva de bicho, buchinha do norte, alho. Verbos atuantes nas ervas quentes: invadir, transbordar, corroer, derramar.
Ervas equilibradoras ou mornas: Alfazema, anis estrelado, rosa branca, camomila, manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu (casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz. Verbos atuantes nas ervas mornas: gerar, fluir, sustentar, avolumar.
2- Mais ervas de uso comum: As pétalas de flores brancas e azuis clarinhas em geral; abebê; aguapé; alcaparreira (ou galeata); alga marinha; alteia (ou malvarisco); anis estrelado; araçá da praia (ou araticum do brejo, ou maçã de cobra); azaléia; boldo; camélia; cavalinha (ou milho de cobra); coco de iri; colônia (ou cardamono); condessa; embaúba; erva cidreira; erva de Santa Luzia; flor de laranjeira; folha de leite; fruta da condessa; gardênia; gerânio; golfo; graviola; guariroba; guabiraba (ou guabiroba); hortelã; hortênsia; íris; jasmim; jarrinha; jequitibá rosa; lágrimas de Nossa Senhora; levante; lótus; mãe boa; macela; malva; malva branca; marianinha (ou trapoeraba azul); musgo marinho; nenúfar; olhos de Santa Luzia (ou trapoeraba branca); oriri; pata de vaca; rama de leite; papoula; plantas aquáticas; trevo; unha de vaca; valeriana; violeta.
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Oferendas |
1-Comidas rituais: Canjica branca, peixe de água salgada, arroz-doce com mel, camarão, acaçá, pudim, manjar branco com calda de ameixa ou de pêssego, sagu com leite de coco, cocada branca, bolo de arroz, ebôya e vários tipos de furá. (Observação: *Ebôya, eboia ou fava de Yemanjá- Comida ritual do Candomblé, feita com fava cozida refogada com cebola, camarão, azeite de dendê ou azeite doce. Pode ser feita com o milho branco na falta da fava, então recebendo o nome de Dibô. É oferecida especificamente a Yemanjá. *Furá- Comida votiva ou ritual, no Candomblé. São bolinhos ou bolas feitos de arroz, ou inhame, ou farinha de mandioca, ou farinha de milho.)
2-Frutas: Mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão, maçã verde, pêra, coco verde, coco seco, caqui, ameixa clara, uva-passa branca, pêssego, goiaba, melão, uvas dedo de dama (uva Juliana), laranjas doces, as frutas suaves em geral, nabo, pepino.
3-Bebidas: Água de coco, mel, água salgada ou potável, o champanhe claro e os sucos de suas próprias ervas e frutos.
4-Flores: Rosas e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
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Símbolo | Lua minguante, ondas, peixes. |
Pontos da Natureza | Mar. |
Flores |
Rosas e palmas brancas, flor de laranjeira, hibisco, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos, hortênsia, azaléia, gerânio, papoula, nenúfar (a flor da planta aquática de mesmo nome, também conhecida como lótus branco).
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Essências | Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo. |
Pedras e Minérios |
Pedras: Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa, Diamante, Madrepérola, Zircão, Quartzo Azul, Topázio Azul e pedras azuis em geral. Dia indicado para consagrar: domingo. Hora indicada: 10 horas.
Minério: Platina. Dia indicado para a consagração: sábado. Hora indicada: 12 horas.
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Metal | Prata, Cobalto e Chumbo.
(Observação: A maior parte da Prata é um subproduto da mineração de Chumbo e está frequentemente associada ao Cobre. Dentre os metais, é a que mais conduz corrente elétrica, superando o Cobre e o Ouro.)
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Saúde |
1-Psiquismo e Sistema Nervoso- quadros ligados às emoções, que sempre são relacionadas ao elemento água e às influências da Lua e de Netuno, planetas associados ao Orixá Yemanjá.
2-Porque Yemanjá é a Regente do Sentido da Geração e da Vida, ligado ao Chakra Básico, também estão envolvidos a coluna vertebral, os rins, o aparelho reprodutor e os membros inferiores e alguns músculos.
As musculaturas que podem ser atingidas por um bloqueio nessa região são: glúteos, diafragma pélvico, músculos internos da barriga e da região lombar (abdominais, lombares, lombo sacrais e glúteos médios).
Pessoas com estes bloqueios podem apresentar hemorróidas, dores lombares, tensão nas pernas e pés, problemas nos aparelhos urogenitais e dificuldades sexuais.
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Planeta | Lua e Netuno. |
Dia da Semana |
Na Umbanda, os dias da semana consagrados a Yemanjá são a 2ª feira (regência da Lua) e a 6ª feira (dia de Vênus e de Netuno; sendo que o planeta Netuno, “o deus dos mares”, está diretamente associado a Yemanjá e à Linha dos Marinheiros).
No Culto de Nação e no Candomblé, no geral, Yemanjá tem como dia da semana o sábado. Alguns lhe dedicam a 6ª feira.
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Elemento |
Seu 1º Elemento de atuação é a Água e o 2º elemento é o Cristal.
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Chakra | Básico (ligado ao Sentido da Geração).
O chakra Básico (ou Raiz) fica na base da coluna vertebral, logo acima dos órgãos reprodutores. Dá sustentação aos demais chakras. Posição vertical, ele se abre para baixo, formando um eixo magnético com o chakra da Coroa.
Abrange: Alimentação, equilíbrio, saúde e finanças. Pode solucionar grande parte dos problemas comuns no ser humano.
Importância deste chakra: Ligado às glândulas supra-renais, é o responsável pela absorção da Kundalini (energia da terra) e pelo estímulo direto da energia no corpo e na circulação do sangue. Está muito ligado às sensações físicas e diretamente relacionado com os membros inferiores e os instintos físicos. Atua na irrigação dos órgãos sexuais.
Por meio dele é que entram as energias que nos conectam com a terra e com o mundo exterior. Ligação com a terra, com o bem-estar físico, com o instinto de sobrevivência, com a vitalidade e com a sexualidade.
Está diretamente ligado à vontade: ele nos dá motivação e energia para agir, fazer, realizar, ganhar nosso sustento, enfrentar obstáculos etc.
Na época atual, encontra-se passivo, na maioria dos indivíduos, pois só entra em atividade por um ato de vontade dirigida e controlada pelo iniciado. Por que isso? Porque o chakra Básico responde ao aspecto vontade.
Da mesma forma que o princípio “vida” está situado no coração, o princípio da “vontade” está situado no chakra Básico, na base da coluna.
Seu principal aspecto é a inocência, qualidade pela qual experimentamos a alegria pura, infantil, sem as limitações do preconceito e dos condicionamentos, e que nos dá dignidade, equilíbrio e um enorme senso de direção e propósito na vida. É apenas simplicidade, pureza e alegria.
No chakra Básico se unem matéria e espírito e a Vida se relaciona com a forma. É o chakra onde a "serpente de Deus" (Energia Divina) experimenta duas transformações: 1- A “serpente da matéria” permanece enrolada sobre si mesma, e se transforma na "serpente da sabedoria" quando despertamos nossa consciência de filhos de Deus; 2-A “serpente da sabedoria” sobe ao longo da coluna, até chegar ao topo da cabeça, no chakra da Coroa, e então se converte no "dragão de luz vivente", quando passamos a viver conectados com a Luz.
Essas etapas são nutridas pela Energia que flui através da coluna vertebral, por intermédio do cordão vertical (eixo magnético) que se forma do chakra Coronário ao chakra Básico.
Esta é uma representação da energia kundalini, uma Energia Divina que vem da Terra, que é básica para a nossa existência, e que desperta quando tomamos consciência de que somos espíritos imortais vivendo importantes experiências na carne. Ao tomarmos consciência da nossa origem Divina, a kundalini desperta e nos traz o prazer de viver, gratidão pela Vida etc. Então ela sobe pela coluna vertebral, até chegar ao chakra da Coroa, onde se encontra com as Energias que vêm do Alto (“as Energias do espírito”).
Cor de vibração do chakra Básico: vermelho.
Desequilíbrios neste chakra podem ser tratados com o uso de velas e demais elementos ligados a Yemanjá, a Divina Regente deste nosso centro de forças.
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Saudação | Odô iyá, Odô Fiaba, Odôyabá! Odoyá Omi Ô! Odô cyaba! |
Bebida | Champanhe branco, água mineral, calda de ameixa, calda de pêssego, “água de arroz” (deixar o arroz de molho em água mineral e depois utilizar essa água), água do cozimento da canjica. |
Animais | Peixes, Cabra Branca, Pata ou Galinha branca. |
Número | Na Umbanda, Yemanjá é associada ao número 08. |
Data Comemorativa |
Em algumas Casas: 02 de fevereiro, sincretizada com Nossa Senhora das Candeias (ou da Luz) ou com Nossa Senhora dos Navegantes;
Em outras: 08 de dezembro, sincretizada com Nossa Senhora da Conceição.
Quando sincretizada com Nossa Senhora da Glória, é festejada em 15 de agosto, data em que a Igreja Católica festeja a Ascensão ou Assunção (subida aos céus) da Virgem Maria.
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Sincretismo |
Nossa Senhora das Candeias (ou da Luz); Nossa Senhora da Conceição dos Navegantes; Nossa Senhora da Glória (nome que se dá à Virgem Maria pela sua Ascensão ou Assunção aos Céus; sendo que Maria é a Mãe, dentro da liturgia Católica).
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Incompatibilidades |
No Culto de Nação e no Candomblé, observam-se algumas proibições (euós ou quizilas) em relação ao Orixá Yemanjá: quiabo, feijão, peixe de pele; ataré (pimenta da costa). Para algumas Qualidades de Yemanjá, o dendê também é uma proibição. Tais elementos não podem ser a Ela ofertados.
Seus filhos e filhas de santo não podem consumir esses e também os seguintes alimentos:
1-de origem animal: a cabeça da galinha de angola; arraia; camarão vermelho; caranguejo; lula; peixes de pele; peixes vermelhos; sangue de animais;
2-de origem vegetal: inhame; uva branca; tangerina; banana-figo (muito parecida com a banana da terra, porém menor e com um teor de açúcar mais baixo); carambola; abóbora. (Fonte: “Culto aos Orixás, Voduns e Ancestrais nas Religiões Afro-brasileiras”, org. Carlos Eugênio Marcondes de Moura, Editora Pallas, 2004, páginas 48 e 190/193.)
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Qualidades |
Teoricamente, haveria 16 Qualidades de Yemanjá, mas o número geralmente encontrado é superior: Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté, Assabá, Assessu (ou Sessu ou Iyasessu), Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê, Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.
2-Na Bahia e em Cuba se diz que há uma Yemanjá, filha de Olokun, à qual se chega por sete caminhos. Daí falar-se em sete Yemanjás; sendo que cada nome diz respeito ao ponto da natureza onde a Divindade se encontra.
Segundo Lydia Cabrera, Antropóloga e Poeta cubana que viveu de 20 de maio de 1899 a 19 de setembro de 1991 e que é considerada uma autoridade em cultura afro-cubana, os sete nomes, sete caminhos ou sete Qualidades de Yemanjá e suas características são estas:
Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;
Iamassê, mãe de Xangô;
Euá (ou Yewá)- Rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn;
Olossá, a lagoa na qual deságua o rio Ògùn;
Yogunté ou Ogunté, casada com Ogun Alagbedé. É uma amazona terrível; traz na cintura o facão e os outros instrumentos de ferro de Ogun. Adora carneiro e não tolera pato;
Assabá- Está sempre fiando algodão. Tem um olhar insustentável; é muito orgulhosa, e somente escuta dando as costas ou ficando ligeiramente de perfil. Usa uma corrente de prata amarrada no tornozelo. Foi mulher de Orumilá, que aceitava seus conselhos com respeito;
Assessú- É voluntariosa, muito séria e respeitável. Vive em águas agitadas. Gosta de comer pato. Muito lenta ao escutar os pedidos dos fiéis, esquece-os; e se põe a contar as penas do pato que lhe deram como oferenda. Quando se engana no cálculo, ela recomeça, e a operação se prolonga indefinidamente.
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